quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Não Fique Estagnado Diante da Crise

Somente ontem, três profissionais de segmentos diferentes vieram me relatar a recessão econômica e a desaceleração das empresas em que trabalham: duas anunciaram redução no quadro e a terceira empresa ainda vive um momento de grande especulação interna e rádio peão.

Não sou pessimista, sou apenas uma profissional da área que estuda minuciosamente o comportamento do mercado, e, quem acompanha o meu blog há mais tempo sabe que venho acenando para um 2014 e 2015 com grande preocupação. Os números já mostravam: as manifestações desde 2013 já apontavam indícios de crise social/econômica, o PIB de 2013 fechou 0,2% abaixo da expectativa do governo, os índices de desemprego no país no primeiro semestre de 2014 declinavam, depois de 16 anos o Ministério do Trabalho informava em junho que foram criadas apenas 25.000 vagas de trabalho no mês. O governo já redimensionou o PIB (a soma de todas as riquezas do país) várias vezes e agora a projeção é de apenas 1,8% para 2014. Este número já foi 2,5%.

O que o profissional deve fazer?

1)                      Primeiramente, entender e conhecer o cenário e o mercado é fundamental para dar o primeiro passo. Isto porque cada setor caminha de uma forma diferente: algumas segmentações estão mais abatidas que outras. É hora de se envolver com jornais e revistas e entender melhor quem cresce, quem cai e quem não corre o risco de sofrer com a crise. Essa leitura do mercado é fundamental para você profissional fazer o replanejamento de carreira.
2)                      Como conselho, O ÚNICO INVESTIMENTO QUE NESTE MOMENTO COMPENSA ASSUSTADORAMENTE é a educação. Enquanto o mercado não busca profissionais você tem condições  de se preparar para quando a economia aquecer, tendo total condição de disputar as melhores vagas. Não pare de estudar e, para quem ainda não está estudando, invista em seus estudos.
3)                      NETWORKING ainda é tudo. Sua rede de contatos precisa sempre ser mantida. Porém, você não pode ser aquele profissional oportunista e inconveniente que só lembra de uma pessoa quando precisa. As redes sociais se bem usadas estão aí para você manter o seu network, muito mais do que postar fotos. Mantenha-se no mercado, mantenha contato contínuo com ex-colegas de trabalho. Estes muitas vezes o indicarão para futuras oportunidades e o tirarão do sufoco. O resultado vai levar em consideração qual o seu nível de bom relacionamento em empregos anteriores.
4)                      NÃO SE DESESPERE: a paciência é tudo. O descontrole o impede de selecionar com maior criticidade o necessário do supérfluo e isso pode levar o profissional a caminhos estreitos, difíceis de voltar, senão engatando uma ré. Uma ré numa rua estreita é muito difícil. Por maior que seja a falta de transparência da empresa com relação ao cenário, não é o momento de grandes pressões sobre as decisões da alta gestão, de se antecipar e pedir demissão e de até de criticar a falta de atitude da empresa: muitos empresários ainda estão perdidos sem saber o que fazer.
5)                      Tenha objetividade: apesar do desespero não é interessante aceitar a primeira vaga que aparecer temendo problemas financeiros. Como sempre falo, é bom ter o perfil de empresas que você tem simpatia em trabalhar: número de empregados, posição no mercado, estilo de liderança, tipo de sociedade, etc, para depois não viver uma segunda crise: o desapontamento por escolher a empresa errada e ter que se queimar no mercado em busca de outra recolocação.

Shirley Cipriano


segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Os Imprevistos Ajudam a Crescer


            Reservar antecipadamente por semanas um vestido para um grande evento, planejar minuciosamente aquela viagem, esboçar detalhadamente aquele grande projeto, e, no dia: o vestido teve uma mancha que não conseguiram retirar, a viagem foi cancelada por motivo de mudança climática, ou o projeto foi totalmente modificado por questões de mercado.  Um forte desespero tomou conta de todos nessa situação, e, alguns demoraram dias ou até meses para se reestabelecer. Digo que alguns passam até anos remoendo a situação. Grande desgaste físico e da alma.

            É necessário a aprender a se comportar diante dos imprevistos. Só assim a pessoa terá capacidade e discernimento para retomar a situação e promover ações para recomeçar ou replanejar. Inúmeras pessoas e profissionais não tem capacidade emocional para lidar com imprevistos. O comportamento mais comum nessa hora é as pessoas procurarem culpados para justiçar o imprevisto e também culpados por ela não conseguir contornar a situação por causa do imprevisto.
           
            Leia e reflita: nada, nada é 100% garantido e nada, nada, é 100% irreversível. A habilidade e criatividade em propor modificações necessárias a continuidade do projeto, quer seja ele pessoal ou profissional dita o quanto a pessoa está disposta a viver no mundo de rancor e lástimas ou  caminhar para o mundo da reinvenção e do sucesso.

Situações imprevistas quando não resolvidas rapidamente, podem levar a complicações maiores ainda, muitas vezes até graves, prejudicando outras pessoas e empresas que não tem relação direta com o seu problema. 

Algumas dicas para  contornar  os imprevisto:

1)                      Tenha planos A, B e C por mais fácil ou eficaz que o projeto apresente.
2)                      Tenha controle emocional sob qualquer hipótese.
3)                Tenha humildade em se reunir com outras pessoas da equipe para sugerir alternativas.
4)         Reorganize as finanças URGENTE caso o imprevisto afete a parte econômica pessoal e ou empresarial, refazendo fluxos de pagamento e renegociando com fornecedores e credores.
5)                      Não prometa o que não poderá cumprir: seja realista.

Passamos neste exato momento por uma situação trágica e inesperada que exigirá de todos os brasileiros uma nova postura política e social: a morte precoce do candidato a presidência Eduardo Campos muda todo o cenário político do país. O partido e suas coligações devem no prazo rápido de 7 dias decidir o futuro do novo candidato a presidência e seus ideais. Os candidatos das oposições deverão modificar suas estratégias eleitorais para não correr o risco de uma inversão política nas urnas. Os brasileiros eleitores também terão que tomar uma nova decisão diante de um possível cenário.

Toda essa situação acima, acredito que tenha sido pouco prevista por qualquer partido, e, muito menos por nós eleitores. É um novo imprevisto que poderá ajudar toda uma nação  a amadurecer social e politicamente.

            Se a vida fosse um conto de fadas com início, meio e fim, não precisaríamos crescer e evoluir.  As empresas precisam de profissionais com disponibilidade de evoluir, e isto significa saber lidar sabiamente com situações imprevistas.

Então, diante do imprevisto, cresça, evolua, improvise e crie!


Uma boa semana à todos!

SHIRLEY CIPRIANO
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segunda-feira, 14 de julho de 2014

Urgente ou estratégico?



A Robert Half de São Paulo, empresa especializada em recrutamento e seleção divulgou uma pesquisa recente sobre as dificuldades encontradas pelos profissionais na execução de suas tarefas diárias.

Dos 1022 entrevistados, 58% reclamam que suas tarefas são constantemente interrompidas por outras necessidades do seu superior imediato (chefe). Eles acusam essas tarefas de serem urgentes de acordo com a concepção do chefe. O restante da pesquisa possui equilíbrio entre os demais tipos de interrupções:

ü  Excesso de e-mails
ü  Reuniões não programadas
ü  Telefonemas extensos de clientes
ü  Dificuldade em adaptar aos novos projetos/tarefas.

Este tipo de problema assombra a maioria das empresas, e, quando as delegações  “imediatistas” partem de cima para baixo, pode haver sim um indício de indefinição de metas e focos da empresa. Sim, muitos líderes esquecem o foco quando situações atípicas lhe são cobradas e a consequência é um efeito dominó que se estende para toda a equipe: “salve-se quem puder”. A verdade é que muitos líderes querem “mostrar serviço” sem questionar de fato a urgência do mesmo, passando por cima de muitos e contrariando equipes e subordinados.

O que é o Urgente? é aquela situação que exige sim que todas as outras tarefas sejam interrompidas para correção ou conclusão, que gera inclusive sérios riscos ao negócio se não executado. Agora, existem aquelas tarefas  estratégicas que podem entrar na lista de prioridades em meio a outras tarefas, porém sem o caráter de urgência, não comprometendo tanto uma atividade que o profissional naquele momento esteja fazendo.

Quando tarefas estratégicas são traduzidas pela “chefia” como urgentes, essas passam a comprometer o rendimento do empregado que se perde constantemente nas rotinas diárias para desviar a atenção para tal, e, ao final do período, nas análises de desempenho e avaliações de competências, este mesmo empregado corre o risco de ser mal avaliado nas questões de “desenvolvimento das atividades rotineiras” pelo fato das mesmas estarem sempre sendo comprometidas por outras tarefas inoportunas.

Se você vive essa situação como profissional, está na hora de ter uma reunião séria com seus superiores imediatos a fim de esclarecer quais são realmente as suas prioridades e principalmente quais são as prioridades da empresa. Essa conversa serve até mesmo de alerta para a alta direção que pode também estar vivendo essa situação de conflito entre tarefas urgentes e tarefas estratégicas colocando em risco o bom desempenho da organização e das equipes.

E se você é o líder, chefe, ou superior imediato que comumente convive com essa situação, pare um pouco, pense e reflita: “será que não está na hora de eu começar a estabelecer prioridades, analisar melhor o foco da empresa e saber julgar no momento exato o que é urgente e o que é estratégico?”

Boa semana à todos!

Shirley Cipriano


terça-feira, 1 de julho de 2014

A Inflação no Ensino Superior



Como sempre para cada peso haverá sempre duas medidas.

            Com a política de incentivo do governo federal de promover a educação habilitando maiores acessos aos jovens às faculdades através de financiamento do estado, um novo fenômeno surge: a inflação educacional.

O maior vilão é o próprio FIES – Fundo de Financiamento Estudantil criado pelo governo que permite que o estudante pague posteriormente os seus estudos em até 3 ou 4 vezes a duração do seu período de curso.  Porém, as escolas habilitadas no fundo, estão em média, praticando um reajuste superior às faculdades que não possuem política de financiamento junto ao governo. Ou seja, o governo promoveu a socialização e a educação, porém agora terá que contornar, ou melhor, controlar os reajustes abusivos dessas faculdades que estão impondo seus preços para garantir maiores margens.

Um estudo recente divulgado pela PUC-Rio mostra que as universidades que trabalham com o FIES reajustaram suas mensalidades em média 2,5% acima das faculdades que não adequam ao fundo. Os cursos de Medicina e Odontologia tiveram reajuste acumulado em 4 anos de 9,3%. Os números crescem à medida que os benefícios crescem também: em 2009, o número de beneficiados pelo FIES era de apenas  32.781, e hoje, chegam a meio milhão de pessoas beneficiadas!

Um grande mérito do governo que tem agora pela frente a missão de frear a inflação e reduzir o endividamento dos próprios estudantes que correm um sério risco de se tornarem inadimplentes após sua formação: ou pelo fato de não conseguir se encaixar no cargo no qual se formou ou pelo fato de não ter um salário compatível com o reajuste do financiamento que na época foi proposto.

Vamos ficar atentos aos reajustes semestrais / anuais de faculdades, principalmente vocês estudantes que atualmente utilizam o FIES. É hora de criticar, acompanhar e pensar no seu futuro financeiro e profissional.

Uma boa semana à todos!

Shirley Cipriano
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